sexta-feira, 9 de março de 2012

Tô com medo!!!


















'Não vou pro banheiro, lá tem a 'loira do banheiro!' ' Deixa a luz do quarto acesa, no escuro tem monstro!' 'Tenho medo de passar nesse corredor sozinha, a bruxa mora aí'.
De nada adianta explicar que bruxa não existe, ou que não tem monstro no quarto. O medo persiste e a reação da criança não deixa a menor dúvida de que está realmente apavorada. Curiosamente, todos esses personagens amedrontadores podem sumir se um adulto em quem a criança confia estiver junto. Estas mesmas crianças pedem que lhes contem infinitas vezes as estórias da Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Três Porquinhos, e morrem de medo da Madrasta, do Lobo Mau...Tapam os olhos e os ouvidos, mas ficam ali.
As estórias de medo contadas pelos adultos atraem e ajudam as crianças. Por quê? Há muitas respostas, vamos nos ater a uma que nos parece importante.
Embora o medo apareça durante a narração, a situação do 'faz de conta' e a esperança de um final feliz protegem o ouvinte que, desta maneira, pode 'viver a aventura' com mais coragem do que na vida real.
A criança, na sua imaginação, se relaciona com esses personagens 'maus', conversa com eles, enfrenta, desafia, vence os vilões. A partir disso, descobre maneiras de suportar o que de fato a amedronta: sua própria fragilidade. Nas estórias, o porquinho constrói uma casa mais forte, a madrasta invejosa perde o poder, o lobo mau é derrotado. Elas mostram os caminhos se abrindo para que o destino das personagens encontre uma saída satisfatória.
É importante que os momentos de pavor sejam respeitados, não sejam tratados como 'invenções ridículas', 'bobagens', ou com a atitude de ' é bom não dar atenção'. E pode ser mais eficaz, no lugar de dizer que 'na realidade fantasmas não existem', perguntar ' o que fazem os fantasmas' ou 'o que podemos fazer com eles', abrindo espaço para conversas que geram saídas...

Marcia Arantes e Helena Grinover

http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html



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