terça-feira, 5 de junho de 2012

Estar não é ser!

'Não deixo mais minha filha brincar com essa menina. Ela é malvada! Faz coisas ruins!' 'Meu filho está falando muito palavrão. Digo a ele que quem faz isso é feio'.' O Paulinho agora deu para ser tímido, ficou o tempo todo agarrado em mim durante a festa'.
No processo educativo os mais velhos oferecem referências que orientam os mais novos sobre o que é certo, valorizado, desejável, prejudicial. No entanto, é igualmente importante ajudá-los a perceber que os valores se referem aos comportamentos, e não às pessoas.
Quando dizemos que uma criança  é malvada porque bateu em alguém, condenamos a criança e não o seu ato de malvadeza.  Tiramos dela a possibilidade de rever sua atitude e se comportar diferentemente em outra ocasião. Afinal, um malvado é sempre malvado...
A tarefa de educar inclui promover mudanças. Os pais, para exercerem seu papel, precisam acreditar que sua interferência produz alterações, e as crianças precisam  saber que eles têm essa crença.
Toda vez que se utiliza o verbo 'ser' , a visão  da situação tende a se imobilizar, como numa brincadeira de 'estátua'. Ao contrário, quando utilizamos o verbo 'estar',  a possibilidade de transformação permanece no horizonte. O Paulinho pode 'estar' tímido em uma situação e 'à vontade' em outra.
 Dizer que 'é ruim bater no colega' é bem diferente de dizer que 'quem bate no colega é ruim'. Os educadores se tranquilizam e são mais justos quando entendem essa diferença, pois podem punir uma atitude específica, sem estigmatizar a criança. Esta  ficará aliviada sabendo que há meios para consertar a 'coisa errada' que fez. Isso  a fortalece.

Marcia Arantes e Helena Grinover

http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html

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