Uma leitora comentou o post 'Medo necessário' e nos pediu para escrever mais sobre o tema.
Vejamos: Eduardo tem nove sobrinhos com idades que vão dos dois aos dez anos. Por ocasião do Natal decidiu fazer-lhes uma surpresa. Vestiu-se de Papai Noel e surgiu no meio da festa de família emitindo um sonoro hohoho! O pânico tomou conta dos pequeninos e foi uma choradeira geral...
Vejamos: Eduardo tem nove sobrinhos com idades que vão dos dois aos dez anos. Por ocasião do Natal decidiu fazer-lhes uma surpresa. Vestiu-se de Papai Noel e surgiu no meio da festa de família emitindo um sonoro hohoho! O pânico tomou conta dos pequeninos e foi uma choradeira geral...
O medo é uma emoção que, quando surge a partir de ameaças reais como o abandono, o ataque, o acidente, protege o individuo. Pode, entretanto, ser gerado por criações imaginárias. Na imaginação infantil, as ameaças destruidoras são representadas por figuras clássicas como a bruxa, o lobo mau, o 'homem do saco'. São muitas as histórias narrando as peripécias para vencer o risco de ser devorado, roubado dos pais, preso, deixado à própria sorte, desprovido de suas forças...
O tio Eduardo, que na realidade não assusta ninguém, quando 'escondido' atrás do papai noel transformou- se numa criatura temível. Nesse processo há a participação das crianças por meio de uma operação mental bem ativa. Como se estivessem sonhando de olhos abertos, enxergam e identificam na figura que estão vendo suas imagens fictícias de personagens aterrorizadores. Fazem uma espécie de projeção, tal qual vemos na tela do cinema.
O tio Eduardo, que na realidade não assusta ninguém, quando 'escondido' atrás do papai noel transformou- se numa criatura temível. Nesse processo há a participação das crianças por meio de uma operação mental bem ativa. Como se estivessem sonhando de olhos abertos, enxergam e identificam na figura que estão vendo suas imagens fictícias de personagens aterrorizadores. Fazem uma espécie de projeção, tal qual vemos na tela do cinema.
Nesses momentos, em qualquer idade que estejam, precisam ser apoiadas, ter o reconhecimento da verdade do sentimento que experimentam, sem que se exija rapidamente sua superação.
Apenas a ausência total de medo, ou uma quantidade excessiva dele que impeça a criança de tirar proveito da vida corriqueira, devem levar pais e educadores a tomar outras providências.
Helena Grinover e Marcia Arantes
http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html
Helena Grinover e Marcia Arantes
http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html
Quando ouço minha filha dizer que alguém está com medo da algo, ( que é o que ela geralmente diz) a primeira idéia que me ocorre é de explicar que não precisa ter medo disso ou daquilo. Mas porque eu li os posts sobre medo aqui no blog eu apenas ouço e repito o que ouvi,questionando ou não dizendo mesmo nada... Será assim, então?
ResponderExcluirÓtima questão! Acho que você está fazendo o mais importante que é ouvir com atenção, sem tentar mudar as preocupações de sua filha. Continue e o tempo lhe mostrará o que mais ela está querendo. Muitas vezes a criança quer apenas compartilhar, em outras poderá desenvolver os assuntos e chegar a falar sobre coisas que não podemos antecipar, mas podemos dar espaço para que surjam. Escreva-nos mais quando quiser.
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