terça-feira, 16 de agosto de 2011

Dito e feito


















O pai chega em casa à noite e... surpresa!! O filhinho querido, no auge do poderio dos seus 3 anos de idade, havia feito vários desenhos na parede recém pintada da sala. E agora? O que fazer? Reação imediata: dar uma bronca, já tinham combinado que não podia fazer isso. Castigo? Sentimentos díspares invadem o pai, provavelmente cansado do trabalho. Ele gastou um bom dinheiro para pintar as paredes, mas afinal o filhote colocou ali suas produções mais caprichadas, que merecem todo o respeito, vai ver quis agradar...ou quem sabe, está bravo porque ficou muito só durante o dia, não estão lhe dando a atenção devida, enfim, muitas hipóteses...Por vezes, muitos pensamentos desviam o educador da necessidade de preservar o limite.
Aos três anos de idade a palavra dos pais ainda não tem muito poder para coibir a ação da criança, especialmente se não estiverem presentes no momento do ocorrido . Mas temos visto crianças mais velhas demonstrando também quão pouco essas palavras têm poder sobre elas. Os pais se queixam da falta de efeito do que dizem: é desgastante, cansativo.
O que fazer? O que o pai desse garotinho pode fazer para que no futuro não venha a se deparar com a mesma questão? Sua palavra precisa ser ancorada no respeito pelo que é dito, ou seja, o que é falado precisa ser efetivado e cumprido dos dois lados, do pai e do filho. A dose de rigor a ser aplicada em cada idade e em cada situação é diferente. 
Combinar com a criança uma meta que nem ela nem o adulto conseguirão cumprir fragiliza o processo de construção do valor da palavra, por isso é importante que os pais dosem as exigências. Fica difícil quando os filhos começam a pensar: Ah... meu pai fala, mas depois...
No caso do garoto 'pintor' o pai deveria solicitar a participação do filho para limpar a parede, deixando-a na cor que estava. Mesmo que o resultado não seja igual à parede pintada por um adulto, é uma maneira da criança reparar o erro e ver que o pai não estava 'só falando'.
Ocorre que muitas vezes os pais sucumbem ao cansaço e acabam 'deixando pará lá'. Dá trabalho sustentar a própria palavra, mas não há outro meio para transmitir a ideia de que ' o dito é pará valer'.

Marcia Arantes e Helena grinover
Caso seu filho apresente dificuldades persistentes, marque um horário para conversar.

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