sábado, 4 de fevereiro de 2012

Bloqueio para matemática???

























'Quando eu era criança, meus pais diziam que eu não tinha jeito para matemática. Toda vez que estou às voltas com cálculos, lembro-me dessa afirmação. Vocês deveriam escrever sobre isso, não é bom os pais dizerem esse tipo de coisa para os filhos.' Esse é o pedido de um adulto de aproximadamente 60 anos, leitor assíduo desse blog.
A ideia de 'quem eu sou' é influenciada nos primeiros anos de vida por aqueles que cuidam da criança. A história do seu nascimento, as expectativas que se tem sobre ela, são transmitidas pelas palavras dos adultos. Afirmações como: você é danadinho, magro, forte, bom de bola, parecido com seu tio 'boa vida', vão conferindo uma identidade. Enquanto a criança é pequena e dependente, absorve essas atribuições para se definir como pessoa , ter uma 'cara', como se diz. Mas o processo de definição de 'quem eu sou' segue pela vida e o que veio das palavras dos 'grandes' nos primeiros anos, vai sendo modificado para formar um jeito próprio de ser.
Entretanto, algumas frases que ouvimos a nosso respeito dos pais, professores, ou de outras referências importantes, permanecem indeléveis. Entre elas há as que nos ajudam, outras atrapalham.
Claro que os educadores jamais poderão ter controle sobre tudo que dizem, e menos ainda sobre o que ficará gravado e terá o caráter de 'verdade'. Mas é desejável ter o cuidado de evitar afirmações categóricas, repetidas e fixas sobre as possibilidades de alguém. Estas, quando 'colam', são difíceis de serem apagadas ou transformadas em traços de personalidade favoráveis. Tornam-se restritoras de possibilidades e podem até se realizar como uma profecia nefasta. É o que descreve perfeitamente nosso leitor: sempre que está à voltas com cálculos, voltam as tais palavras...
A afirmação a respeito das aptidões são bastante comuns por parte de professores, familiares... Os irmãos são comparados: 'O caçula tem jeito para música, já o mais velho tem facilidade em ciências'. É bom quando, apesar disso, abre-se espaço para que o caçula possa também optar por ciências e o mais velho por música.

Helena Grinover e Marcia Arantes
Caso seu filho apresente um sofrimento persistente, marque um horário para conversar.

http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário