Carla tem três anos de idade. Acaba de chegar em casa seu irmãozinho, cujo nascimento está sendo muito festejado pela família. Os adultos conversam na sala enquanto a garotinha e o bebê estão no quarto. A mãe, atraída pelo silêncio dos filhos, vai vê-los e encontra o pequenino totalmente coberto por duas mantas de lã. Ela se assusta: `O que você fez Carla? Quer esconder seu irmão? Está proibida de fazer isso novamente, entendeu?!´
Essa reação da mãe, aflita com o que imaginou ao ver a cena, nos parece interessante.
Sem criticar a filha por ter o desejo de `sumir com o nenê´, o que apenas a faria se sentir culpada, coibiu fortemente sua ação.
É inevitável que surjam tendencias hostis entre os irmãos em diferentes momentos da vida, e ter conhecimento delas torna a criança mais apta a exercer controle sobre sua impulsividade. É sempre mais fácil lutar contra algo conhecido do que contra o que se desconhece.
Essa história serve para pensarmos em inúmeras situações em que os adultos julgam e criticam as crianças por seus desejos e sentimentos, mas descuidam do exercício da interdição: marcar com seriedade os limites que jamais devem ser ultrapassados, ou seja, os desejos que não podem ser realizados. Elas necessitam desta colocação firme para ter maior segurança emocional e física, pois ambas caminham juntas.
A melhor proteção é a que está instalada internamente, na consciência de cada um, e que se desenvolve desde cedo.
Helena Grinover e Marcia Arantes
http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html
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