segunda-feira, 16 de maio de 2011

Birras 2


















Estou caminhando por um clube bastante tradicional da cidade de São Paulo, quando vejo um garoto de aproximadamente quatro anos chorando muito e urrando "mãe vem aqui !". A jovem mãe caminhava e se afastava lentamente, aparentando calma e tranquilidade, sem olhar para trás. A cena foi tão impactante que várias pessoas ficaram paradas, sem intervir, mas também sem deixar de olhar, tal era o desespero do pequeno! Finalmente uma menina de seus oito ou nove anos aproximou -se do garoto, ajoelhou-se junto a ele, que a esta altura já estava de joelhos e rouco de tanto gritar, e o acompanhou até sua mãe. Parabéns a ela!
Já ouvi mães dizerem: "se faz birra, finjo que não vejo". 
O adulto entende a birra como uma tentativa de controle da criança sobre ele e "faz de conta" que não está sendo submetido. Na verdade está sim submetido a uma cena, que expõe a ele e a seu filho de forma constrangedora.
Educar a criança é ajudá-la a suportar a frustração de não ter tudo o que quer. A mãe desse garoto deixou- o abandonado ao desespero de não saber mais o que fazer, apenas conseguia gritar até ficar sem voz. Perdeu a oportunidade de ensiná-lo a se acalmar e encontrar uma alternativa para o que quer que fosse que o tenha descontrolado tanto.


Helena Grinover e Marcia Arantes
Caso seu filho apresente uma dificuldade persistente, marque um horário para conversar.

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