segunda-feira, 20 de junho de 2011

Consumimos crianças?



















O artigo de Ruy Castro na Folha de São Paulo, dia 17/06/2011, 'Guerra ao Gugu-dadá', aborda a questão das crianças que são levadas a encarar, cada vez mais cedo, o aprendizado de idiomas, o uso da internet, os regimes alimentares, o consumo de produtos para adultos, etc.
Podemos acrescentar a essa lista as festas infantis com shows e temas de adolescentes, aniversários em spas com tratamentos de beleza para meninas de nove, dez anos, e outras precocidades que chegam a ser constrangedoras para quem observa. Vocês ja tiveram a oportunidade de ver crianças dançando funk, como foi mostrado no programa 'A Liga' (TV Bandeirantes) há algumas semanas? Fico imaginando o que pensarão essas crianças sobre seus pais, que foram coniventes, ao virem o vídeo dessas festas daqui a alguns anos, quando puderem entender o significado das coreografias...
Os filhos são herdeiros dos desejos dos pais, é importante e inevitável que seja assim. 'Meu filho terá o que me faltou, o que eu não tenho, será meu seguidor, terá o melhor que eu puder dar...' Não é fácil por limites nisso tudo.
Mas é possível fazer a separação entre o que são os desejos dos pais de popularidade, de sucesso profissional, de beleza e o que são as necessidades das suas crianças. Às vezes, os adultos submetem as crianças a um stress desnecessário e com sérias consequências, por causa da insatisfação com as próprias vidas.
Será mais fácil enfrentar a imensa pressão do marketing e da sociedade, se tiverem a convicção de que sua função é proteger os filhos da violenta submissão a situações que eles não têm, ainda, capacidade para compreender.

Sugerimos aos nossos leitores as postagens: Brinquedos que consomem, de 06/06 e Infância Violentada? de 16/05.

Marcia Arantes e Helena Grinover
Caso queira aprofundar o assunto, marque um horário para conversar.

2 comentários:

  1. Sugestão de pauta: A publicidade para e pelas crianças.
    A relação das crianças diante da propaganda exibida e dos pais que inscrevem seus filhos para trabalhar com publicidade.
    Ou ainda como as "crianças atores e atrizes" lidam com o "faz de conta" do trabalho em um filme de terror por exemplo.

    Parabéns pelo blog.
    Pedro

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  2. Sim, Pedro, vamos falar mais sobre a incidência da publicidade na constituição psíquica das crianças. Apoiamos políticas públicas que as protejam do assédio midiático publicitário.
    Obrigada,
    Helena

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