segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pai amigo?




























Há alguns dias ouvimos uma educadora comentar, com curiosidade e certo espanto, um novo jeito, estimulado pelos próprios adultos, das crianças chamarem os seus pais usando os nomes próprios ao invés das palavras 'pai' ou 'mãe'. Seria uma maneira de aproximação, de criar intimidade? Ou seria uma forma de desocupar o lugar de progenitores?
Quando a criança se refere aos pais chamando-os de 'papai' ou 'mamãe', está conferindo a eles um lugar único. Isso terá um papel tanto para o filho, quanto para os pais assim chamados. Trata-se de criar um lugar a partir do qual as funções se desenvolvem. 'Mãe' não é o mesmo que Maria, Lucia, Beatriz...
Esse tema nos lembra outro: pais que fazem questão de dizer aos filhos que são seus amigos, colocando-se assim lado a lado, no mesmo plano que outros amigos. O lugar dos adultos que são responsáveis pela educação, no sentido de preparo do futuro cidadão, define funções diferentes das de uma amizade, embora os pais e professores devam ser amigáveis e ficar amorosamente ao lado das crianças e jovens sempre que puderem.
Amigos são aqueles com os quais nós estabelecemos relações que incluem conversar, compartilhar, confiar,
discutir, rir e, inclusive, desafiar e enfrentar os mais velhos. 
É importante que crianças e adolescentes possam questionar as autoridades dentro de casa e na escola. Isto os prepara para a separação que todos desejam que se realize com sucesso para que um dia ocupem o lugar de adultos! 
As ações e reações advindas desses embates vão depender das condições de cada família, de cada escola e aí cada caso é um caso...
O que é certo é que os pais e filhos, alunos e professores, terão de ficar em lados opostos para que esses saudáveis conflitos possam ocorrer e cabe aos adultos manter firmemente as posições em que acreditam para que os mais jovens tenham oportunidade de contestá-las. São as tão necessárias referências!
Ora, sendo assim, amigos, amigos... pais e professores à parte.

Marcia Arantes e Helena Grinover
Caso seu filho apresente dificuldades persistentes, marque um horário para conversar.









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