sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Essa menininha sabe o que quer!




















Meses de ensaio e preparação - a apresentação de final de ano na escola, como sempre, é um momento especial. Crianças agitadas, pais e professores ansiosos, fantasias, adereços, tudo pronto. Avós e tios avisados, câmeras fotográficas a postos! Na hora 'H' a menininha não quer se apresentar. Esconde-se na saia da mãe, foge, chora .
Frustração geral; frequentemente a sensação é de fracasso para os pais, educadores e, principalmente, para a criança.
Em relação a essas apresentações criou-se uma 'verdade': se a criança está bem do ponto de vista emocional, desempenhará o papel esperado. Será mesmo?
A disposição para se apresentar em público depende de vários fatores que são inacessíveis aos observadores: só a criança tem condições de escolher se quer ou não quer. Não há uma idade adequada para o desejo de participar de competições, acampamentos, etc.
A possibilidade de dizer 'não quero' é preciosa, garante a preservação da integridade interna e portanto deve ser respeitada. É alentador saber que a própria criança é capaz de colocar seu limite. Ao aceitar a recusa os educadores não deveriam ficar decepcionados, mas tranquilos por saber que não estão cometendo uma violência contra os sentimentos infantis.
Às vezes, a quantidade de 'holofotes' torna esses momentos excessivamente especiais e dificulta a vida de todos. Supervalorizar a atitude da criança que se apresenta ou a da que não se apresenta só aumenta esse efeito 'holofote'. Vale lembrar, trata-se 'apenas' de uma apresentação.
Na educação uma das grandes metas é aprender a reconhecer os próprios limites e a dizer 'não' sem precisar atender a todas as expectativas. Os pais de um adolescente certamente se sentirão mais seguros sabendo que o filho tem essa capacidade...
Se os familiares e a escola puderem aceitar com tranquilidade aquela criança que disse 'não", as chances de que ela se apresente na próxima ocasião serão maiores!

Marcia Arantes e Helena Grinover
Caso seu filho apresente uma dificuldade persistente, marque um horário para conversar.


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