segunda-feira, 15 de abril de 2013

É meu!!!



























Algumas crianças, por volta de 3 anos de idade, estão brincando na areia, sob os olhares das mães, amigas entre si. Os apetrechos da brincadeira, baldes, pás e forminhas, pertencem a uma delas. Tudo parece harmônico até o momento em que uma garotinha, sem que os adultos saibam exatamente porque, resolve retirar os objetos, até então coletivos, com a famosa frase: ' É meu, não quero que você pegue!' ' Só a Bia pode pegar, você não, nem o Vitor'. A paz se dissolve: uns choram, outros resistem, outros se vangloriam por serem escolhidos... E as mães, não sabem o que fazer. Ficam meio constrangidas, tentando se desculpar....
As crianças passam por diferentes momentos em relação à posse de objetos. Os menores,  até aproximadamente 2 anos, não têm noção de 'meu e seu'. Apegam-se, muitas vezes, àquilo que estão segurando, mas sem a ideia de que lhes pertence.
Por volta dos 3 anos, principia a noção de que as coisas 'pertencem' a alguém, o que contribui para fortalecer a criança na sua identidade. Os objetos que ela possui a ajudam  a se perceber como uma pessoa diferente das outras, eles fazem parte de sua existência individual. Com esse entendimento vem também  o risco de perder e, de agora em diante, haverá uma fase em que ter ou não ter despertará fortes sentimentos e reações.
Algumas poderão ter mais dificuldades em momentos como esse da nossa história e, nestes casos, convém não forçá-las, pois isso complicará o aprendizado de atitudes de colaboração e generosidade, que dependem de condições psíquicas constituídas em tempos distintos para cada um.
É desejável que os adultos possam admitir filhos ou alunos que sejam `egoístas` por um certo período , que  ocorram certas choradeiras por causa de brinquedos não compartilhados...Para isso, é importante  perceber que essa dificuldade é própria do desenvolvimento até aproximadamente os quatro, cinco anos. A partir daí, os nossos futuros cidadãos podem começar a apresentar maior tolerância e desprendimento no intercambio social e pode- se solicitar mais deles.

Marcia Arantes e Helena Grinover

http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html

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