Em matéria publicada pelo caderno Equilíbrio do jornal Folha de São Paulo no dia 12 de março de 2013, nos chamou a atenção o comentário de uma das entrevistadas. Referindo-se à vida das mães que gira em torno dos rebentos, ela disse : 'Eu estava preparada para isso quando decidi ser mãe. Mas faz falta ter uma vida social que não os inclua'.
Sabemos que muitos adultos desejam ardentemente ter um tempo sem os pequenos para conversar com amigos, passear, viajar. É frequente que esses desejos sejam acompanhados de sentimentos de culpa, como se revelassem pouco amor pelos filhos, falta de responsabilidade, rejeição. As atividades profissionais, muitas vezes, são usadas como uma justificativa que aplaca as auto acusações. Entretanto, essas recriminações são muito questionáveis.
Estar junto dos filhos é exercer o papel de proteger, cuidar e civilizar ininterruptamente.
Estar junto dos filhos é exercer o papel de proteger, cuidar e civilizar ininterruptamente.
As crianças fazem sempre inúmeras solicitações que, conforme o momento, tem de ser atendidas, moduladas ou negadas. Trata-se de frustrar ou realizar anseios que o adulto frequentemente ainda carrega consigo. Os pequenos trazem de volta nossa infância. Numa espécie de contramão do tempo, nos despertam fortes emoções e não é possível ficar indiferente à criança. Daí o custo de ficar responsável por seu destino horas e dias a fio.
O encontro com outros adultos, sem filhos para tomar conta, permite sair desse lugar e soltar os próprios impulsos de rir, falar, brincar, desejar, entre 'gente grande'...
É extremamente necessário esse tempo para que os pais possam recarregar as energias psíquicas que os põem novamente disponíveis para os pequeninos. Trata-se de encontrar a melhor dose, para cada um, desse jogo do estar junto e separado...
Helena Grinover e Marcia Arantes
http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html
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