terça-feira, 14 de maio de 2013

Mãe estressada


























Caio acaba de vestir o uniforme de seu time e, cheio de si, diz apressadamente à sua mãe: `vamos  pro campo de futebol?'. Esta, com toda calma, responde: 'primeiro nós vamos almoçar, depois descansar um pouco e aí sim, futebol a tarde toda.' O garoto insiste: 'não quero almoçar, quero ir agora'. A mãe inicia uma longa argumentação discorrendo sobre a importância de comer para ter força, as coisas que não podem ser todas feitas na hora desejada, o domingo e a família reunida, etc... O menino não recua nem um milímetro de sua posição; ela tenta mais argumentos, ele teima e a situação termina assim: uma mulher exausta, gritando 'chega!' e uma criança chorando.
Costuma acontecer  algo assim quando o adulto ultrapassa  seu próprio limite. O desgaste atinge  todos os envolvidos, inclusive os que assistem a cena.
Esses raciocínios lógicos da mãe, são uma tentativa de evitar a sua própria decepção ao decepcionar o filho; a concordância do menino funcionaria como uma confirmação de que ela é uma 'boa' mãe.
Há momentos em que argumentar torna-se inútil. Uma determinação firme deve encerrar o assunto,  mesmo que cause certa dor: 'vamos almoçar primeiro, está decidido'.
Caio tem quatro anos e está longe de se influenciar por idéias sobre a importância da nutrição no desempenho dos jogadores de futebol, ou o almoço familiar de domingo.  Para ele a espera é frustrante, mas talvez fosse mais fácil do que enfrentar esse tumulto, com a mãe completamente descontrolada. Para ela, seria menos cansativo cortar o discurso, mostrando claramente para o filho que a decisão já havia sido tomada pelos adultos.

Helena Grinover e Marcia Arantes
http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário