terça-feira, 7 de maio de 2013

Quanto custa formar um cidadão?



Imagine um adulto sadio, bonitos dentes, inserido no mercado de trabalho, respeitado, amoroso, bom cidadão, conhecedor de seus direitos e deveres...Se repassarmos sua história de vida, observaremos, com grande probabilidade, um desenvolvimento cercado por inúmeras condições. Centenas de vezes ele ouviu frases do tipo: 'escove os dentes', 'está na hora de dormir', 'já fez a lição? tem alguma dúvida?', 'cuidado, não mexa, é perigoso!', 'não bata no colega, ele não gosta!', ´devolva o brinquedo, não é seu!', 'onde está doendo? O que aconteceu?', 'está com medo?', 'você fez certo, muito bem!', 'arrume suas coisas', 'quem é a pessoa com quem vai sair?'
Desde antes dele nascer, sua mãe recebeu os devidos cuidados. Foi pego no colo milhares de vezes, amamentado e banhado outras milhares,  comemorou aniversários, ganhou presentes, foi à escola, praticou esportes, foi ao cinema, viajou, foi ao médico, ao dentista, leu livros, foi acompanhado em  atividades sociais... Contou com pessoas atentas, que estavam dispostas a passar horas do dia voltadas para ele.
Criar um ser humano saudável nos aspectos físicos e psíquicos, requer um longo processo, demanda muito trabalho, investimento afetivo e financeiro.
Sabemos ainda que tudo isso pode acontecer e o resultado não ser um  cidadão pleno, assim como o contrário. Não há garantias e é inescapável. Promover esse investimento e proteger os 'cidadãos em formação' por todos os meios, é função da sociedade. Negligenciar a atenção à infância e adolescência, dificultando o uso de recursos coletivos para essa finalidade é, este sim, um ato de extrema violência, que não tem merecido o devido destaque!





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