segunda-feira, 14 de março de 2011

Mesmos pais, filhos tão diferentes...

























É comum ouvirmos pessoas se surpreenderem com o fato de irmãos de mesmos pais se comportarem de forma tão diferente. Parte-se do princípio de que seres que recebem o mesmo tratamento deveriam ser iguais.
Grande equívoco por várias razões! Em primeiro lugar, nos equivocamos supondo que os irmãos têm os "mesmos pais". Os pais são diferentes para cada filho, embora sejam a mesma pessoa. Suas expectativas, tolerâncias, desejos, disponibilidades, são específicos para cada um, embora eles próprios muitas vezes não se deem conta disso. O momento da vida em que cada filho chega, a escolha do nome, a preparação para a chegada do bebê, são alguns dos fatores que, de início, já delineiam lugares diferenciados.
A criança, por sua vez, recebe os cuidados e atenções dos pais de forma absolutamente singular. É impossível saber, a priori, como cada uma vai responder a determinada atitude dos pais.
O ser humano dispõe de uma rede complexa de significados com a qual vive os acontecimentos. É o lugar em que a atitude dos pais vai se situar na rede de significados da criança que determina como ela a receberá.
A expectativa dos pais de que as reações sejam iguais em filhos diferentes, gera comparações que confundem a criança na medida em que as afastam de suas próprias vivências. Porque ela deveria ficar feliz como a irmã ao ganhar uma boneca, se o que desejava era um jogo? Porque um filho sente vergonha dos adultos e o outro fica com medo do escuro? Porque um chora de raiva e o outro se cala quando enfurecido?
Bom seria se a criança apenas fosse comparada com ela mesma, com sua próprias conquistas, com seus próprios desafios! Provavelmente se tornaria um adulto mais tolerante consigo e com os demais.

Caso observe um sofrimento persistente em seu filho, venha falar conosco.
 Marcia Arantes e Helena Grinover
http://vivazpsicologia.blogspot.com.br/p/servicos_22.html

2 comentários:

  1. Meu filho mais velho sempre reclama dizendo que protejo o mais novo e não deixo ele se virar. Reconheço que sou preocupada com o caçula, oito anos mais novo, mas o mundo está mais perigoso a cada dia... Penso em não fazer diferença no que dou para cada um, procuro ser justa. Não será por ciúmes que ele reclama?

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  2. Quando um filho está insistindo numa reclamação é bom tentar ouví-lo mais, isso não quer dizer concordar com ele. Ouvir para entender o ponto de vista de quem reclama pode ser mais importante do que atender a reclamação fazendo o que o filho quer.

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