terça-feira, 4 de setembro de 2012

A privacidade da criança


Julia, educadora de uma creche para bebês, relata que fica aflita quando vai trocar Ana, de sete meses, porque assim que abre as fraldas, a bebezinha coloca a mão nos genitais. Julia tem procurado terminar tudo rapidamente para não dar tempo a Ana de se tocar, mas tem dúvidas a respeito dessa conduta...
Natália está com seis anos. A mãe observa que ela fica muito tempo diante da televisão, em estado quase letárgico, com as mãos dentro da roupa. O que fazer?
Uma grande parte dos educadores está consciente, nos dias de hoje, de que a manipulação dos genitais pela criança não deve ser coibida, devido à  importância dessa estimulação para o desenvolvimento psíquico e sexual.
O uso do próprio corpo como fonte de sensações deve variar em função das idades e do ambiente social. Ana pode ficar algum tempo sem as fraldas para fazer descobertas, enquanto Natália precisa ser orientada a deixar de mexer dentro da roupa quando estiver com outras pessoas na sala.
O desafio para os educadores é encontrar os limites para esses comportamentos e ao mesmo tempo permitir privacidade, de maneira que cada criança desenvolva formas particulares e únicas de obter prazer. Parece-nos importante, para que isso ocorra, que a intromissão dos adultos se restrinja exclusivamente a indicar o que não deve ser feito. É desnecessário, por exemplo, dizer aos pequenos: 'faça isso no seu quarto', ou 'no banheiro'...
Descobrir os caminhos e os lugares para a exploração do corpo em 'segredo' também faz parte da construção da sexualidade.

Helena Grinover e Marcia Arantes

vivazpsicologia.blogspot.com.br



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