terça-feira, 25 de setembro de 2012

'Ideal Olímpico' para quem?



















Mariana, com onze anos de idade, já tem uma opinião formada sobre si mesma: ' não sou boa de esporte'.
Nestes tempos que antecedem as Olimpíadas no nosso país, observamos um crescimento nas espectativas de pais, educadores e professores de esporte. Querem muito que surjam entre os seus filhos e alunos os futuros participantes do certame internacional!
Lembremos que os ideais individuais nascem na infância. No início, os bebezinhos precisam ver a aprovação, a alegria e o orgulho nos olhos dos seus familiares para que cresçam confiantes e fortes. Quando crianças, pouco a pouco vão se descolando dessa necessidade de corresponder aos desejos dos outros. Mas o processo é longo e os apelos vindos das pessoas importantes para elas têm ainda bastante influência. 
Esses ideais são como um motor que motiva, impulsiona para a realização dos objetivos. Porém, quando ficam muito distantes do que a criança consegue alcançar na realidade, funcionam ao contrário, geram frustração e terminam causando desinteresse.
A pressão para estar acima da média, ser campeão, medalhista, 'sarado', amplia-se fortemente nas empresas, escolas e clubes. Torneios para esportistas de quatro, cinco anos de idade incluem cerimonias com entrega de brilhantes medalhas de 'ouro'. Sem dúvida, tal promoção vai aumentar as chances de indivíduos  especialmente competitivos no futuro. Mas, quantos se perderão pelo caminho?  Quantos abandonarão a prática esportiva por causa de conclusões radicais, iguais às da Mariana? 
É papel dos educadores manter iluminado também o ideal 'não olímpico' do esporte, movido principalmente pelo prazer, o companheirismo, o desenvolvimento corporal próprio de cada criança.

Helena Grinover e Marcia Arantes

vivazpsicologia.blogspot.com.br

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