terça-feira, 2 de outubro de 2012

Podemos fazer só por prazer?


















'Acho importante que meu filho faça o que gosta. Por que ficar numa atividade que o incomoda?' 'Vou tirar meu filho do judô, ele tem reclamado bastante do professor'.  'Não sei se deixo minha filha continuar a natação, ela se queixa tanto na hora de levantar e se trocar!

Essas frases nos fazem pensar... Nos dias atuais vivemos uma super valorização do prazer, das satisfações imediatas e a ansiedade dos pais com essas questões se mostra mais evidente. Qualquer sinal de insatisfação nos pequenos é logo notado . 
Quando os adultos se afligem muito rapidamente com essas 'infelicidades', podem impedir conquistas importantes.
Sabemos que os prazeres obtidos de imediato não colaboram para o desenvolvimento da capacidade de modificar a realidade, ou a si mesmo, para conseguir o que é desejado. Receber satisfação como o resultado da simples manifestação da vontade, atende mais às necessidades do bebezinho. Para ele, o mundo deve funcionar primordialmente assim: 'eu quis, aconteceu'.  Mas, ao longo da vida, de acordo com suas possibilidades, a criança precisa ser capaz de conter os anseios e fazer transformações para chegar ao que almeja. A aquisição de conhecimento, habilidades e tenacidade para realização de trabalhos, têm por base a tolerância de suportar certas frustrações. Essa é uma das condições  da perseverança, que conduz a um prazer conquistado e seguro.
Podemos pensar que, mesmo quando o professor não corresponde totalmente às expectativas do aluno, a atividade é difícil e há momentos maçantes, ou que 'dá preguiça' na hora de ir à natação, pode ser promissor evitar decisões rápidas, valorizando demais as queixas.  Cabe aos pais e educadores, juntamente com as crianças, avaliar quando e quanto a falta do prazer imediato deve ser suportada para que elas possam obter prazer das vitórias sobre si mesmas...

Marcia Arantes e Helena Grinover

vivazpsicologia.blogspot.com.br

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